quinta-feira, 17 de março de 2016

Dilma passa a faixa para o PT

Nunca antes na história deste País se demonstrou a maior corrupção político-governamental do mundo. O Brasil subiu ao primeiro lugar do pódio de onde não deverá sair nunca mais. Medalha de ouro invejável para ladrões de todos os Poderes, só vergonhosa os brasileiros que não sejam do exécito mercenário petista.

A aura de Dilma era de vidro e se quebrou. A presidente que se diz governanta de 204 milhões pessoas chamou sua claque a soldo, dentro do Palácio do Planalto, como "brasileiros de coragem". Mais uma escarrada na cara dos que trabalham e afago de proteção à vagabundagem. 


Brasileiros são apenas os petistas no Palácio, proibido ao povo 
Nunca mais, a partir desta quinta-feira, deverá ser chamada de presidente, porque conspurcou a faixa presidencial abrigando sob essa um foragido da Justiça. Se desmantelou mais ainda a mentira ambulante. Enganou os mais pobres com a oferta do paraíso; enganou os que lhe devotavam tributo de heroína de esquerda na luta pela democracia; escarrou na cara de todos.

Dilma fez entrar pela rampa palaciana, ao som do Hino Nacional, o golpe que sempre atribuiu aos adversários e ao povo. O palácio da República foi o palco de mais uma manifestação golpista do PT, de quem se considera Dona da Pátria, quando não passa de chefona de quadrilha. Ficou lotado de compadres aliados e o Brasil perdeu.

O palácio da democracia brasileira, construído no governo JK para abrigar os presidentes, agora abriga o comando da facção mais criminosa que já se criou neste país com o beneplácito do Supremo Tribunal Federal e do Congresso.

O governo instalado nesta quinta-feira, com o discurso de Dilma, envergonha qualquer democracia que se respeite. O Brasil deixou neste dia de ser República. A partir de agora é mais uma das muitas propriedades do chefão do tráfico de influência, Lula. Como o sítio e o tríplex, a Casa Civil foli dada pelos amigos para que o ex tivesse a quem governar. Mas dessa vez tiveram o cuidado de dar o termo de posse para que possa ser o proprietário.

A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras
Sérgio Moro

Golpe de Estado

Não é outra coisa senão um golpe de Estado a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a chefia da Casa Civil do governo de Dilma Rousseff. Esse ato foi, simultaneamente, uma declaração de guerra aos brasileiros honestos e às instituições da República e a abdicação de fato da presidente Dilma de seu cargo, entregando-o de vez a seu criador e consumando dessa maneira o tal “golpe” que o PT, Dilma e Lula tanto acusavam a oposição de tramar. Temos agora na Presidência de fato da República um tipo que não recebeu um único voto para ocupar aquela posição nas últimas eleições.

Já os mais de 54 milhões de votos que Dilma recebeu na reeleição foram rasgados com essa assombrosa decisão. Dilma tornou-se, por vontade própria, subalterna do demiurgo petista, na presunção de que este, como “primeiro-ministro” em um parlamentarismo de fancaria, terá o poder que ela não tem mais – e a capacidade que nunca teve – para reverter o colapso de seu triste governo.

Ao mesmo tempo, Dilma aceitou acoitar Lula em seu gabinete, concedendo-lhe foro especial para que o chefão tenha melhores condições de tentar se safar da Justiça – uma sacada que transforma o exercício do governo em algo próximo do mais puro e simples gangsterismo. Também se poderia dizer que o bando, que estava acéfalo, agora tem um chefe.

Investigado em diversas frentes em razão de suas relações promíscuas com o baronato do capitalismo oportunista, Lula foi pilhado vivendo à custa desses generosos patrocinadores, preocupados em lhe proporcionar o bom e o melhor – tudo como pagamento pelos lucrativos serviços que Lula lhes prestou nos governos petistas. A polícia e a Justiça entendem que o capo ainda precisa explicar melhor, sem xingar os investigadores nem debochar das instituições, como ele constituiu tão fraterna confraria – que, não por acaso, está no centro da roubalheira na Petrobrás.

Não era pequena a possibilidade de que Lula fosse preso a qualquer momento em razão dos diversos inquéritos dos quais é alvo em primeira instância. Agora, feito ministro, terá o privilégio de ter seu caso avaliado pelo Supremo Tribunal Federal, onde espera receber – e rogamos para que esteja totalmente enganado – a condescendência que certamente não teria do juiz federal Sérgio Moro.

Assim, Lula se torna o próprio exemplo de uma de suas tantas bravatas a respeito da impunidade no Brasil, na época em que ele ainda era o paladino da ética na política. Disse ele, em 1988: “No Brasil é assim: quando um pobre rouba, vai para a cadeia; mas quando um rico rouba, vira ministro”. Já se pode dizer que, para ser ministro do atual governo, a probidade é dispensável – a única exigência é que o candidato esteja sob investigação da Polícia Federal ou seja réu da Justiça. O Brasil já sente saudade do tempo em que os ministros eram escolhidos apenas como forma de barganha fisiológica.

Se a cartada de Lula será ou não bem-sucedida, só o tempo dirá, mas convém lembrar que o foro privilegiado não livrou da cadeia a quadrilha petista que atuou no mensalão. Enquanto o dia de encarar o tribunal não chega, Lula poderá exercer a Presidência de facto, sem ter recebido um único voto de um único brasileiro para isso. E não se diga, com o cinismo que é peculiar ao lulopetismo, que Lula, afinal, nunca deixou a cadeira presidencial e sempre influenciou Dilma. O que vai acontecer daqui em diante, ao menos na cabeça dos apaniguados do chefão petista, está em outro patamar: Lula vai ditar a política econômica, promovendo a “virada” tão desejada por essa caterva de irresponsáveis.

Já se espalhou que Lula pretende implementar um certo “plano de reanimação nacional”, para reverter a crise econômica. Nem é o caso de perguntar como o mago petista pretende realizar tamanho milagre, pois nada disso é se não rematada empulhação, como quase tudo o que caracteriza sua trajetória. Mas é o suficiente para animar a tigrada, com vista a 2018. O presidente da CUT, Vagner Freitas, por exemplo, já disse que Lula vai mudar “radicalmente” o governo e “dar uma guinada à esquerda”. Pobre Brasil.

Aos cidadãos brasileiros, ofendidos por essa desavergonhada demonstração de desprezo pela democracia, resta exercer nas ruas o direito de manifestação e pressionar o Congresso e o Judiciário a não permitirem que o golpe se complete. O Brasil não pode ser governado por uma quadrilha.

Réquiem para Lula e Dilma

Guardem na memória este dia: 16 de março de 2016.

De manhã, ao dizer “sim” ao convite para ser o todo poderoso Ministro-Chefe da Casa Civil da presidência da República, Lula, na prática, inaugurou seu terceiro mandato, decretando assim o fim antecipado do segundo mandato de Dilma.

À tarde, ao quebrar o sigilo de parte das investigações da Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro acabou com o mal inaugurado terceiro mandato de Lula. Caberá ao Congresso, com a pressa que o caso requer, providenciar um novo governo. O país não pode ficar sem um.

A ascensão de Lula deveu-se à inoperância do governo Dilma. A queda de Lula, à sua arrogância, à sua desfaçatez, à sua ambição desmesurada, à sua imprevidência e à sua falta de compromisso com valores e princípios. Nada disso foi descoberto ontem.

Mas tudo isso ficou escancaradamente à mostra com a divulgação do conteúdo de conversas travadas ao telefone por Lula com Dilma, Ministros de Estado e funcionários do segundo escalão do governo. Ouvir Lula falando o que falou choca até os que imaginavam conhecê-lo um pouco.

De resto, ficou demonstrado que ele e a presidente conspiraram juntos para dar uma rasteira na Justiça. A nomeação de Lula para ministro não passou daquilo que até os mais ingênuos desconfiavam: uma rota de fuga. Lula imaginou que fugiria para o céu. Fugiu para o inferno.

Fica para os doutos juristas concluírem o tipo de crime que Lula e Dilma cometeram, se é que cometeram. Obstruíram a Justiça? Trata-se de crime de improbidade administrativa da parte de Dilma? Ou de crime de quebra de decoro? Dilma poderá ser acusada de crime de responsabilidade?

Se ainda lhe restasse um pingo de grandeza, Dilma renunciaria ao cargo para evitar os meses de incertezas, desavenças e conflitos que poderão marcar o processo de impeachment. De Lula, não se espere um gesto de grandeza. Ele nunca o teve.

Nos últimos meses, só cuidou de sobreviver à ameaça de ser preso. E é disso que continuará a se ocupar. Uma vez dentro do governo, usará todos os instrumentos que o poder lhe oferece para salvar a própria pele. Não lhe importa a que custo.

Se necessário, tentará incendiar o país. Foi ele mesmo quem disse, recentemente, ser o único político brasileiro com capacidade de realizar tal proeza. Em um governo sob o seu comando, tudo será permitido desde que se alcancem os objetivos desejados.

Comprar apoios de deputados e senadores para derrotar o impeachment? Ele sabe como fazê-lo. Pressionar ministros de tribunais superiores para que atendam aos seus interesses? Sem problema. Não lhe parece indecente fazê-lo. Na verdade, ele não sabe o que é decência.

Agir para abafar escândalos, para reduzir a independência funcional da Polícia Federal e, se possível, acabar com o que chama de República de Curitiba? Sua eventual salvação depende disso. Considera-se um ungido por Deus a quem tudo é permitido. E tem certeza que todos o temem.

Está mais do que na hora de nos livrarmos dele.

El Chapo

Eles têm que ter preocupação, um filho da puta desses qualquer que fala merda, ele tem que dormir sabendo que no dia seguinte vai ter dez deputados na casa dele enchendo o saco, no escritório dele enchendo o saco, vai ter uma representação no Supremo Tribunal Federal, vai ter qualquer coisa
Lula em conversa com o deputado Wadih Damous, suplente alçado na vaga de Fabiano Horta, eleito por Maricá também do Rio, em jogada de Washington Quaquá, presidente regional do PT e prefeito de Maricá

Governo é o avesso do que diz, revela grampo

O neopresidente Lula, a subpresidente Dilma e seus devotos petistas ficaram estarrecidos com a decisão de Sérgio Moro de suspender o sigilo dos autos da 24ª fase da Lava Jato. Aterrorizaram-se especialmente com a divuglação dos grampos que captaram conversas telefônicas de Lula durante 27 dias. O Planalto anunciou: “Todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas para a reparação da flagrante violação da lei e da Constituição da República, cometida pelo juiz autor do vazamento.”

Espantosa época a nossa. Os grampos revelam que, no escurinho dos diálogos telefônicos, Lula, agora reassentado na Casa Civil, opera a República sob padrões amorais, convertendo cada gesto num ato de depravação. E a Presidência da República se espanta com o “vazamento”, não com o teor do que foi revelado. É como se o inaceitável tivesse adquirido uma doce, uma persuasiva, uma admirável naturalidade.

Os grampos levaram o estilo de poder petista à vitrine. Ouvindo-os fica fácil perceber que o governo é precisamente o oposto do que diz ser. Os melhores trechos são aqueles em que Lula parece estar fora de si. É nesses instantes que se vê melhor o que ele tem por dentro. A visão é tenebrosa. Vão abaixo quatro exemplos:

— Anormalidade institucional: em 4 de março, numa conversa com Dilma, Lula se queixa da imprensa e da Lava Jato. Reclama da falta de reação. “Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado, um Parlamento totalmente acovardado. Somente nos últimos tempos é que o PT e o PCdoB começaram a acordar e começaram a brigar. Nós temos um presidente da Câmara fodido, um presidente do Senado fodido. Não sei quantos parlamentares ameaçados. E fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e vai todo mundo se salvar. Sinceramente, eu tô assustado com a República de Curitiba.” Na República do faz de conta, o governo apoia as investigações. No país do avesso, Lula deseja que as instituições se rebelem contra a operação que expõe seus podres. Para Lula, o essencial é “achincalhar'' a Lava Jato.

— Lobby no STF: num telefonema de 4 de marco, Lula pede ao ministro petista Jaques Wagner que encomende a Dilma um lobby junto à ministra Rosa Weber, do STF. Ela era relatora de um recurso em que a defesa de Lula pedia que fosssem suspensas as investigações abertas contra ele em São Paulo e em Curitiba até que o Supremo decidisse quem deveria conduzir as apurações, se os promotores do Ministério Público paulista ou a força-tarefa da Lava Jato.

“Mas viu, querido, ela [Dilma] tá falando dessa reunião, ô Wagner, eu queria que você visse agora, falar com ela, já que ela tá aí, falar o negócio da Rosa Weber, que tá na mão dela pra decidir. Se homem não tem saco, quem sabe uma mulher corajosa possa fazer o que os homens não fizeram.”

Na República da fábula petista, o Planalto indica ministros para o STF sem esperar nada em troca. No governo do avesso, Lula e Cia. têm a expectativa de que os escolhidos retribuam a indicação com a toga. Não se sabe se Dilma tentou executar a encomenda. Se tentou, Rosa Weber revelou-se impermeável a pressões. Ela indeferiu o pedido de suspensão dos inquéritos abertos contra Lula. Entendeu que não havia ilegalidade a ser sanada.

— Pressão sobre o procurador-geral: numa ligação de 7 de março, Lula questiona o advogado Sigmaringa Seixas, de Brasília, sobre uma demanda junto a Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Sigmaringa recomendava que o diálogo fluísse pelas vias institucionais. Propunha dirigir uma petição ao chefe do Ministério Público.

“Eu não sei o quê que eu pedi pra você de manhã”, diz Lula a Sigmaringa. “Mas era uma coisa simples que não precisava de formalidade.” E o advogado: “Não. Mas simples. Ele vai dizer não. Ele não vai receber. Eu conversei com gente só.”
Lula não se deu por achado: “É porque ele recusou quatro pedidos de investigação ao Aécio e aceitou a primeira de um bandido do Acre contra mim.”

Sigmaringa tentou novamente: “Pois é, mas se fizer uma petição…”
 Lula foi ao ponto: “Essa é a gratidão. Essa é a gratidão dele [Janot] por ele ser procurador…” No governo democrático e popular, o Planalto nomeia como procuradores-gerais os primeiros colocados da lista indicada pela corporação. Faz isso porque valoriza a independência do Ministério Público. No governo do avesso Lula espera que os escolhidos engavetem suas encrencas e persigam seus rivais.

— Fisco e PF companheiros: numa conversa com o ministro Nelson Barbosa (Fazenda), Lula pediu providências para amenizar uma batida que agentes do fisco realizavam junto com uma equipe da PF no instituto que leva o seu nome. Embora estivesse fora do governo, o morubixaba do PT tratou o ministro como um subordinado. E deu a entender que sabia —ou suspeitava— que estivesse sob grampo.

“Ô, Nelson, te falar uma coisa por telefone, isso daqui. O importante é que a Polícia Federal esteja gravando. É preciso acompanhar o que a Receita está fazendo junto com a Polícia Federal, bicho!”
Nelson Barbosa titubeia: “Não, é… Eles fazem parte.”
Lula atalha o ministro: “É, mas você precisa se inteirar do que eles estão fazendo no instituto. Se eles fizessem isso com meia dúzia de grandes empresas, resolvia o problema de arrecadação do Estado.”

O ministro se finge de morto: “Hummm, sei.” Lula volta à carga: “Sabe? Eu acho que eles estão sendo (e fala um palavrão).
 Nelson Barbosa torna-se monossilábico: “Tá”. Lula pede ao chefe do fisco que enquadre o subordinado: “Tão procurando pelo em ovo. Eu acho… Eu vou pedir pro Paulo Okamotto botar tudo no papel, porque era preciso você chamar o responsável e falar: porra, vocês estão fazendo o mesmo com a Globo, com Instituto Fernando Henrique Cardoso, o mesmo com Gerdau, o mesmo com o SBT, o mesmo com a Record! Ou só com o Lula?” Quer dizer: na Pasárgada oficial, o rei não tem amigos e os órgãos de controle operam com autonomia. No Brasil do avesso, Lula acha que Receita e PF podem investigar todo mundo, exceto ele.

Ao entregar os destinos do seu governo ao inaceitável, Dilma iguala-se ao criador em abjeção. Sob a alegação de que Lula foi transformada pela ‘República de Curitiba’ em bode expiatório, Dilma trasnforma seu criador em bode exultório, igualando-se a ele em abjeção. Mantidos os padrões revelados nos grampos, ou sucede um milagre ou o último a sair roubará a luz. (abaixo, imagem da multidão que se postou defronte do Planalto para protestar contra a nomeação de Lula, cuja posse está marcada para as 10h desta quinta-feira)

Lula toma o Planalto para ver se não vai para a Papuda. Mas não vai adiantar!

A marcha dos pacíficos tem sido vitoriosa. O governo está por um fio. Mais uma vez, é preciso lembrar do ensinamento que está em Gálatas: contra a mansidão, nada podem a força bruta ou as leis. Ela vence. E nós somos os mansos de espírito. Vamos ver.

Em vez de ir para a cadeia, Lula preferiu, por enquanto, o Palácio do Planalto. Nunca a Papuda e a sede do governo estiveram tão perto na história, na sintaxe e na moralidade.

Inicialmente, Lula tinha decidido tomar a Presidência da República por intermédio da Secretaria de Governo, mas isso o obrigaria a ter de falar com alguma frequência com a presidente deposta, Dilma Rousseff.

Preferiu, então, a Casa Civil. A estrutura do Ministério é grande; os prepostos podem ir até as masmorras colher a assinatura da presidente de direito, mas não de fato, e o Apedeuta fica livre para falar com os políticos, distribuir cargos, oferecer prebendas etc.

É claro que Dilma sofreu um golpe do PT. O cargo de presidente lhe foi surrupiado. Na conversa que tiveram a portas fechadas logo depois da condução coercitiva, o Babalorixá de Banânia deixou claro à presidente deposta que sua prioridade era a sua defesa e a defesa do PT. Para tanto, precisava da máquina federal para “trabalhar”. Ou isso ou cada um por si.

E Dilma percebeu que o PT estava lhe puxando o tapete. Entre a deposição certa e a possibilidade, remota, de chegar ao fim do mandato ao menos no papel, escolheu a segunda hipótese.

Lula está dando aula aos brucutus bolivarianos. Aqueles mudam a Constituição para se eternizar do poder e conseguir novos mandatos. O nosso Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, assume o terceiro sem nem mesmo ter sido eleito.

Hegel dizia que os fatos históricos acontecem duas vezes. Marx emendou que o outro se esquecera de que a primeira versão se dá como tragédia, e a segunda, como farsa. Pouco antes de cair, Fernando Collor fez um ministério de notáveis, de pessoas acima de qualquer suspeita. Caiu mesmo assim.

Dilma repete Collor. Também ela muda o ministério. Como o que temos é a farsa daquela tragédia, em vez de um notável, ela nomeia um ministro notório, investigado pela Força Tarefa. Sua principal missão é barrar o impeachment para manter a máquina pública sequestrada pelo PT. E Lula vai tentar falar a linguagem da cooptação.

Os que se opõem ao governo estão furiosos. Falam em manifestações de rua contra Lula ministro. Há os que arriscam em falar em greve geral. Os cretinos provocadores de extrema direita, insatisfeitos com a condução pacífica dos atos contra o governo, liderados pelo MBL e pelo Vem Pra Rua, desafiam: “E aí? Vocês continuarão a falar em paz?”.

Sim, continuarão a falar em paz. O povo irá para as ruas de forma pacífica, ordeira e mansa enquanto durarem esse desgoverno e esse arranjo de cleptocratas.

Lula não é a pauta. A pauta é o impeachment. Quem tem de cair, para que ele caia junto, é a presidente legal. Esse último suspiro do lulo-petismo evidencia, agora de forma insofismável, que o PT nunca teve um compromisso de fundo com a democracia e com o estado de direito. Sua adesão a esses fundamentos sempre foi meramente tática.

Assiste-se ao deboche mais explícito e à sem-vergonhice mais desabrida.

Que também isso sirva de lição ao povo brasileiro.

Esse último ato de Lula prova por que temos de nos livrar, de uma vez por todas, de Lula.

Para que ele saia do Palácio do Planalto e vá para a Papuda.

O gato comeu...

Afinal, o ex-presidente Lula vai ou não vai para o ministério? Há duas semanas que se especula a hipótese. De segunda-feira para cá, no entanto, o noticiário entrou em paroxismo. “Lula está em Brasília”, “Viajou para São Paulo”, “Voltou”, “Reuniu-se com Dilma até de madrugada”, “Foi sabatinado por senadores do PMDB e do PT”, “Ocupará a coordenação política”, “Cuidará de reformar a política econômica”, “Assumirá a presidência da República”, “Transformará a presidente Dilma em Rainha da Inglaterra”, “Voltou para São Paulo”, “Não resistirá até 2018 morando em Brasília”...

A verdade é que até ontem de manhã ninguém ousava acreditar em nada, apesar das sucessivas reuniões da titular e seu padrinho. A principal argumentação referia-se à lambança capaz de atingir a Praça dos Três Poderes: quem mandará no país? Que novos planos ou programas substituirão o vazio em que o governo se transformou?

Mas tem mais: o ex-presidente será aquinhoado com um ministério apenas para escapar do julgamento pelo juiz Sérgio Moro, já que como ministro terá direito a foro especial, junto ao Supremo Tribunal Federal? Será a mais alta corte nacional de justiça mais leniente do que os juizados de primeira instância?

A dança do Lula em torno do governo seria cômica se não fosse trágica. Ou melhor seria dizer a dança do governo em torno do Lula? Nas últimas semanas, coincidência ou não, o ex-presidente arcabuzou diversos ministros, de Joaquim Levy a Aloysio Mercadante, ainda agora sujeito a um repeteco. Suas divergências com Madame costumam ser ocultas no particular, mas no conjunto parece a causa da hesitação que até agora se verifica.

O diabo é que carecemos de um programa ou plano de governo. Em nossos tempos de criança, muitas décadas atrás, utilizava-se a expressão “o gato comeu” para responder questões feitas pelos filhos e impossíveis de ser respondidas pelos pais. Pois agora o artifício se aplica: o ministério do Lula? O gato comeu...

Nem só de lava jatos vive a Polícia Federal. De um de seus escuros gabinetes especializados em revelar depoimentos sigilosos chega uma indicação: por que nosso mais especializado departamento de investigações acaba de convidar os mais experientes detetives do planeta? Afinal, estão desembarcando em Brasília: Sherlock Holmes, Monsieur Maigret, Hercule Poirot, Miss Marple, tenente Columbo, Padre Brawn, James Bond, Salvo Montalbano, Sam Spade e George Smiley. Conseguirão ajudar Madame?

Bravata do cuecão

Estamos trabalhando firme e vamos enterrar na hora que for necessário esse morto-vivo aqui dentro. Estamos prontos para dançar qualquer música aqui no Congresso
Josué Guimarães, líder do governo na Câmara, que ficou famosos pelas dólares na cueca

Romeu e Julieta

Não só os ingênuos. Também os que sofressem de deficiência intelectual tinham que ser tutelados. Isso vem desde as Ordenações Filipinas, o primeiro conjunto de leis a vigorar no Brasil.

Quando D. Pedro I abdicou do trono de Imperador do Brasil e saiu rápido em ventos favoráveis para Portugal onde passou a reinar como Dom Pedro IV porque a Constituição do Brasil não lhe permitia governar dois países ao mesmo tempo, o seu único filho varão, Dom Pedro II, tinha apenas cinco anos.

A saída foi entregar a chefia do Governo, sem quebra do Império, a uma Regência Trina Provisória que logo se transmudou em Regência Trina Permanente sob a liderança do Padre Feijó. Depois foi até Regência Uma. E tal.

Na sequência, o Golpe da Maioridade pelo qual o herdeiro do Trono deixou de ser menor idade. A Junta dos Regentes levou o garoto ao Paço da Cidade onde foi recebido pelo Povo como o novo Imperador. Para que fosse visto por todos subiu num tamborete do qual agradeceu aos aplausos acenando aos súditos com um lenço branco.

Dom Pedro I, que depois do Grito do Ipiranga – independência ou morte, em São Paulo – andou se desentendendo com José Bonifácio de Andrada e Silva, um homem muito culto e líder maçônico que nem ele, pouco antes de partir resolveu nomeá-lo tutor do garoto.

Bonifácio, a grande força por detrás do trono, governava de fato e o garoto não só olhando, mas estudando, foi aprendendo. Deu certo. Muito certo. Dom Pedro II foi inquestionavelmente o maior estadista do Brasil.

Agora, tirando a Fafá de Belém e o Ivan Lins que de tempos em tempos ficam a morar em Lisboa, ninguém mais voa a Portugal nomeando antes um Andrada ou um Silva tutor de seu filho. Ou filha.

As tutelas politicas em nossa contemporaneidade agora são outras. Se espraiam invisíveis, mas garbosamente, pelos Municípios, pelos Estados e agora também até pelo Palácio do Planalto. E não é para compensar menoridades, não.

Nos casos dos Municípios e também de muitos Estados as tutelas se realizam muito discretamente, mas sem nada que impeça eventuais vazamentos.

É por aí que se sabe que os agiotas tem nas mãos documentos com os quais deixarão os eleitos em petição de miséria se não resgatarem, com juros incríveis, as dividas contraídas enquanto candidatos para o financiamento de suas campanhas.

Nos Governos estaduais, em muitos casos, não é só a entrega de pastas com recursos certos tipo Detran ou empresas estatais com obras de infraestrutura.

No caso do Governo Federal e de segmentos fortíssimos do Congresso Nacional não há mais quem duvide que os desvios bilionários aconteceram em empresas estatais, sob a forma de contratos superfaturados para grandes empreiteiras, especialmente a PETROBRAS, tudo sob o pretexto de doações para as campanhas eleitorais de candidatos governistas.

É de dar nojo e vergonha o que estamos sabendo sobre os gestores públicos do nosso Brasil ao longo destes dois últimos anos de Operação Lava Jato.

Em outros casos, ainda nos Municípios e de forma mais abafada em alguns Estados, a moeda de troca são algumas secretarias como a de Saúde e a de Educação porque nestas o dinheiro vem de repasses federais obrigatórios. A agiotagem tutela não só os Prefeitos que financiou. Também os Secretários que indica.

Edson Vidigal

Lula engolindo sapó

Charge do dia 17/03/2016
Se não fossem as óbvias consequências funestas para a República e para as próximas gerações, que herdarão o que sobrar do nosso Brasil, seria curioso e, talvez, divertido observar o comportamento da presidente Dilma em reuniões com o ministério, deparando-se com a figura desconfortável do ex-presidente Lula no papel de subalterno. Tão interessante quanto isso, seria observar Lula escutando desaforos e ordens desconexas da mulher sapiens que ele encastelou no Planalto. Será que ela atribuirá algum tipo de meta para o trabalho de Lula? Será que conseguirá tratá-lo da mesma maneira deselegantemente ríspida com que trata quem está abaixo na sua escada hierárquica? Será que terá a mesma falta de paciência que tem com qualquer um que minimamente lhe desagrade?

Por outro lado, qual será o comportamento do ex-presidente que se subordinará a alguém tão obviamente inadequada para suas incumbências quanto é Dilma? E seus colegas de ministério, que já foram submissos e obedientes, e agora são seus pares? Será que chegaremos ao ponto de ver Lula engolindo sapo para não perder o cargo e o foro privilegiado?

O fato é que nenhum dos dois, Dilma ou Lula, estarão à vontade na situação que conseguiram provocar. Dilma, caso não seja obediente ao novo ministro, corre o risco de perder ainda mais o controle do governo, arriscando-se também a perder o próprio governo. Lula, que já faz muito tempo que não pega no batente e nem precisa obedecer ninguém, corre o risco de cair nas garras do Supremo e sair do Planalto no camburão da PF.

Estamos diante de um fato único em nossa história. Um ministro que intimida e obscurece a presidente, e é capaz de falar ainda mais descabidamente sem sentido que ela. A dominação exercida por Lula no governo Dilma já era evidente antes da decisão de nomeá-lo ministro de qualquer coisa com o único objetivo de tentar torná-lo intocável. Vamos observar, portanto, o comportamento das instituições responsáveis pela manutenção da integridade política dessa nossa sofrida nação.

Agora, temos um ministro que utilizará seu cargo para produzir sua defesa diante do povo brasileiro em tempo integral, negando a propriedade do sítio com objetos retirados do Alvorada, negando a propriedade de apartamento chique na orla chique do Guarujá, cuja reforma foi mais cara que os jardins da Casa da Dinda, negando o Mensalão, o Petrolão, a Zica e, se for necessário, até o Mineiraço. Isso pode durar até o final do mandato de Dilma, e o ministro ainda terá as máquinas de fabricar dinheiro e de insultar opositores na mão para a campanha. Claro, se ele não for preso antes..
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Maurício Terra

Reconheça um ditador

Com uma bala só, Lula conseguiu acertar pelo menos cinco tiros no pé

Para livrar-se do juiz Sérgio Moro, cujo arsenal foi extraordinariamente ampliado pelo carregamento de dinamite providenciaado por Delcídio do Amaral, Lula resolveu refugiar-se no ministério e apostar no desaforo privilegiado. Ao disparar a bala de prata que sobrou, o estrategista trapalhão acertou pelo menos cinco tiros no pé:

Primeiro: Lula confessou que não tem como explicar as delinquências em que se meteu e, por isso mesmo, morre de medo da Lava Jato.

Segundo: Lula colou no Supremo a imagem de tribunal que protege alvos da Justiça Federal, esquecido de que, ao julgá-lo, o STF não poderá ignorar as provas repassadas pelos investigadores do Petrolão.

Terceiro: Lula assumiu o leme de um barco condenado ao naufrágio e se condenou a morrer abraçado ao poste que instalou no Planalto.

Quarto: na chefia da Casa Civil, Lula estará proibido de brincar de chefe da oposição petista ao governo petista de que agora faz parte.

Quinto: Lula transformou-se em alvo prioritário dos milhões de brasileiros que exigem o fim do governo.

Alpino - Lula na Casa Civil

Apavorado com a goleada sofrida neste 13 de maio, o time do Planalto escalou o velho artilheiro para virar o jogo. Entrou em campo um problema de bom tamanho. O tapa na cara do país que presta foi revidado nesta quarta-feira por manifestações espontâneas e, para o governo, especialmente perturbadoras: panelaços, passeatas e atos de protesto agitaram dezenas de cidades brasileiras. Graças a Lula, a crise foi de vez para as ruas.

Tudo somado, está claro que o chefão prepotente viu uma jogada de craque no que foi uma monumental ideia de jerico.

Conversa com Lula ao telefone mostra como Dilma é imbecil

O simples anúncio de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava sendo nomeado para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, feito pela presidente Dilma Rousseff pela televisão, já era suficiente para blindá-lo e evitar sua prisão, simplesmente porque se tornou juridicamente fato público e notório. Portanto, o juiz federal Sérgio Moro sabia que não mais poderia decretar a prisão dele. Mas o medo de que isso acontecesse era tanto que a presidente Dilma Rousseff, aconselhada por aqueles intelectuais petistas que a cercam, decidiu assinar um falso termo de posse e enviar o documento a Lula, para que ele exibisse aos policiais federais, caso chegassem para prendê-lo.

O mai inacreditável é que Dilma não ficou satisfeita apenas com o ato criminoso que acabara de cometer. Para mostrar serviço e agradar ao ex-presidente, ela fez questão de telefonar para ele e comunicar pessoalmente que havia concluído a obrigação partidária, digamos.


Na gravação divulgada pela Polícia Federal, a prestativa Dilma Rousseff revela neste telefonema que resolveu assinar antecipadamente um fictício “termo de posse”, para ser usado por Lula caso houvesse necessidade, porque o documento garantiria a ele o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, evitando que fosse atingido por um decreto de prisão assinado pelo juiz Moro na primeira instância federal.

Se tivesse um mínimo de massa encefálica naquela cabeça topetuda, a “doutoranda” Dilma Rousseff teria telefonado a Lula para chamá-lo a comparecer ao Planalto imediatamente e tomar logo posse. Assim, tudo estaria resolvido, sem deixar rastros. Mas sua submissão a Lula é igual à anistia brasileira – ampla, geral e irrestrita. A presidente da República preferiu não incomodar o ex-presidente, e mandou entregar o termo da posse que não houve, tipo Viúva Porcina, aquela que foi sem ter sido, como dizia o genial Dias Gomes. O pior foi que telefonou para confirmar a remessa.

Agora, a casa caiu de vez, o escândalo e a vergonha se espalham pelo mundo, ridicularizando ainda mais o país e humilhando todos os brasileiros que não compactuam com esse comportamento degradante, embora ainda haja quem apoie incondicionalmente estes governantes desclassificados e indignos.

O PT, o Planalto e o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentaram esconder que a nomeação dele para um cargo no Ministério estava sendo feita apenas para blindá-lo e evitar que fosse preso por ordem do juiz Sério Moro. Alegavam que Lula estaria sendo “convidado” para auxiliar o país a sair da crise política, institucional e econômica em que se encontra. Mas a crise a que se referiam era do próprio Lula, pessoal e intransferível, e ele fez com que se transformasse num problema do PT, do governo e da própria presidente Dilma Rousseff.

A alegação de que Lula estaria apenas prestando um serviço ao país desmoronou no final da tarde desta quarta-feira, quando foi divulgada a gravação da conversa dele com Dilma Rousseff, às 13h32m.

Com esta iniciativa de assinar um fictício termo de posse, com o objetivo direto de blindar Lula, comprova-se que a presidente Dilma Rousseff cometeu mais um crime de responsabilidade, além das pedaladas e dos decretos ilegais, e isso vai fortalecer as provas que fundamentam o pedido de impeachment, que agora vai começar realmente a tramitar, em função da decisão tomada pelo Supremo Tribunal federal sobre o rito do processo na Câmara dos Deputados.

E o que vai acontecer? Eles serão presos? Em qualquer país minimamente civilizado, é claro que a prisão de Lula, Dilma & Cia. Ltda. já teria sido decretada. Em seguida, eles seriam algemados e conduzidos à sede da Polícia Federal em Brasília. Mas acontece que estamos no Brasil, do lado de baixo do Equador, onde tudo pode acontecer numa espécie de Terra do Nunca Jamais, misturada com o País das Maravilhas.

Os crimes já cometidos são abundantes e agora configurou-se a famosa formação de quadrilha, quando mais de três criminosos se reúnem para delinquir. Para Lula, Dilma e o PT, a derrocada já ocorreu. O panelaço de ontem à noite, durante o Jornal Nacional, mostra que a festa acabou e somente eles não perceberam.

Há controvérsias?

Alguém agora tem alguma dúvida de que o governo interfere na Lava Jato?
Delcídio do Amaral

Com uma bala só, Lula conseguiu acertar pelo menos cinco tiros no pé

Para livrar-se do juiz Sérgio Moro, cujo arsenal foi extraordinariamente ampliado pelo carregamento de dinamite providenciado por Delcídio do Amaral, Lula resolveu refugiar-se no ministério e apostar no desaforo privilegiado. Ao disparar a bala de prata que sobrou, o estrategista trapalhão acertou pelo menos cinco tiros no pé:


Primeiro: Lula confessou que não tem como explicar as delinquências em que se meteu e, por isso mesmo, morre de medo da Lava Jato.

Segundo: Lula colou no Supremo a imagem de tribunal que protege alvos da Justiça Federal, esquecido de que, ao julgá-lo, o STF não poderá ignorar as provas repassadas pelos investigadores do Petrolão.

Terceiro: Lula assumiu o leme de um barco condenado ao naufrágio e se condenou a morrer abraçado ao poste que instalou no Planalto.

Quarto: na chefia da Casa Civil, Lula estará proibido de brincar de chefe da oposição petista ao governo petista de que agora faz parte.

Quinto: Lula transformou-se em alvo prioritário dos milhões de brasileiros que exigem o fim do governo.

Apavorado com a goleada sofrida neste 13 de maio, o time do Planalto escalou o velho artilheiro para virar o jogo. Entrou em campo um problema de bom tamanho. O tapa na cara do país que presta foi revidado nesta quarta-feira por manifestações espontâneas e, para o governo, especialmente perturbadoras: panelaços, passeatas e atos de protesto agitaram dezenas de cidades brasileiras. Graças a Lula, a crise foi de vez para as ruas.

Tudo somado, está claro que o chefão prepotente viu uma jogada de craque no que foi uma monumental ideia de jerico.

Brava gente

Manifestação contra nomeação de Lula na Avenida
 Paulista na noite de ontem(JF Diário / Estadão)
Há tiros que são certeiros. Outros se encontram com a culatra. Tenho a impressão que a nomeação de Lula para ministro da Casa Civil se enquadra no segundo caso.

Dilma, que nada mais tinha nada ganhou.

Lula, que já tinha perdido quase dois terços de sua majestade, mas ainda se impunha como única tábua de salvação do governo e do PT, afundou como chumbo ao ser flagrado no esforço descomunal de livrar a sua pele usando para tal a pele de gente do governo e até do STF.

O mais grave é que mesmo sendo náufragos, já sem qualquer fôlego, eles insistem - e continuarão a insistir - no naufrágio do país.

Mas o mar de gente do domingo 13 e as ondas de protesto que se formaram, espontaneamente, em várias cidades do país, parecem decididas a retirar as poucas boias que restam aos que ludibriaram o país.

É o que se viu neste dia 16 de março. Brava gente.

É a classe média que vai mudar o Brasil: como sempre

O instituto Paraná Pesquisas realizou sondagem na Avenida Paulista, em São Paulo, para saber a intenção de voto dos coxinhas à Presidência da República.

De acordo com o levantamento, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está no encalço dos tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra.

Bolsonaro fica em segundo lugar em três cenários possíveis enfrentando os tucanos.

Numa primeira hipótese, Aécio tem 29%, Bolsonaro 16% e Marina 12%; noutra simulação, Alckmin tem 27%, Bolsonaro 15% e Marina 12%; no terceiro confronto com os tucanos, Serra tem 22%, Bolsonaro 16% e Marina 14%.

A Paraná Pesquisa entrevistou ontem 1.200 pessoas na hora do protesto.

Referem que, em todo o Brasil, foi um movimento típico de classe média.

O PT usou esse dado para desqualificar os milhões nas ruas.

Pura bobagem.

A classe média é quem muda o Brasil, historicamente.

Santa Luzia do Pará
 Dez mil integrantes da elite de Santa Luzia, no Pará,
de 20 mil habitantes, se transvestiram de coxinhas para protestar 
Vejamos Golbery do Couto e Silva, o bruxo da abertura política, com o seu “paper” intitulado “Sístoles e Diástoles da Política Brasileira”. Ele ressalta o papel da classe média brazuca como chave das mudanças políticas.

Para Golbery, o Brasil tem um condão único: quando o poder fica mais conservador que o povo, este opta por aberturas. Quando o poder abre demais à esquerda, é fechado por golpes patrocinados pela sociedade civil mas não tão civilizada: o tenentismo de Vargas era uma abertura face à política conservadora do café com leite, retirada à fórceps; Getúlio, por sua vez, encastelou demais e teve de meter um balaço; Jango abriu demais, foi fechado pelo Movimento de 1964; e este, por sua vez, fechou demais e teve de instalar a abertura lenta e gradual. Derrubaram Collor. É um fenômeno mundial e os números são inequívocos: a nova classe média é responsável por mais de um terço de toda a população da África, de três quartos da população da América Latina e de quase 90% da população da China. É a classe que segundo o Banco Mundial tem faturado de 2 a 13 dólares por dia, e que subiu de 277 milhões de representantes da América Latina para 362 milhões entre 1990 e 2005.

Essa gente é quem muda a história.

E ponto final…

A proteção do errado

O governo carrega nas costas um milhão de leis que em vez de protegerem o povo protegem os criminosos. Quando menino ouvindo falar de Sodoma no "cheder", eu não entendia como toda uma cidade ou todo um país podia corromper-se. De uns tempos para cá, passei a compreender. Sodoma tinha uma constituição, e nosso sobrinho Lot, juntamente com outros advogados, a reelaborou, de modo que o certo tornou-se errado, e o errado, certo
Isaac Bahevis Sinder, "Uma noite no Brasil"

Eleições gerais já

O Brasil vive uma crise de hegemonia. A presidente Dilma desmoralizou-se com o estelionato eleitoral que praticou. Na campanha, para ela, não havia necessidade de ajuste fiscal. Vitoriosa, implementou um ajuste sob a batuta de um representante do Bradesco. Mas, como tudo o que ela faz, sem rumo, fez pela metade. Há uma enorme crise de confiança.

Dilma não governa. Mas, de outro lado, a oposição também comete estelionato eleitoral. Aécio e sua banda de música votaram no Congresso contra o ajuste fiscal que defendiam na campanha.

Dois partidos desmoralizados. Mas não só isso: divididos. A bancada do PT rachou quase ao meio na hora de saber se votaria a favor ou contra Cunha. Nomes importantes do PSDB, como FH, criticaram as posições de Aécio.

No meio de tudo isso, o tradicional PMDB, que sempre está e esteve no poder. Dividido também, entre Cunha e Renan, entre Renan e Temer, entre sair do governo e nele ficar.

Ninguém dirige o país. Executivo e parlamento se desintegram. Governo e oposição se dividem. O país fica sem rumo.

A crise é agravada pelo desnudamento do enorme esquema de corrupção patrocinado pelas empreiteiras, realizado pela Operação Lava-a-Jato. Dizem os jornais que Renan Calheiros teria dito a interlocutores: “A qualquer hora posso ser preso”.

A economia não andou com as meias-solas feitas pela presidente. Os trabalhadores perdem renda e emprego. A recessão domina o cenário.

Neste quadro, as saídas são poucas. O impeachment de Dilma trará Temer, que praticou o mesmo estelionato eleitoral, governando quatro anos com Dilma e dela não dizendo um ai. Além do que, o atual vice-presidente pode cair pela rejeição das contas de campanha. Ou pelas investigações da Lava-Jato, na qual já foi citado. A crise continuará e, quem sabe, se agravará.

Renan e Serra tentam um golpe parlamentarista sem Forças Armadas. Não dá. Imaginem o país ser dirigido por um Congresso que alça à direção das casas legislativas figuras como Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Um Congresso que tem uma centena de parlamentares à espera de julgamento pelo STF. O que os senadores podem trazer são as Forças Armadas sem parlamentarismo. Aliás, os militares começaram a dar declarações. Mesmo quando apaziguadoras, são perigosas. Muita gente já vê uma certa animação nos quartéis.

Impeachment, parlamentarismo e intervenção militar são rupturas conservadoras, forjadas em gabinetes, para tirar Dilma sem mexer nas estruturas corrompidas de poder. A elas, devemos responder com uma ruptura democrática: a convocação imediata pelo STF de eleições gerais para a Presidência da República e para o Congresso Nacional.

Para momentos excepcionais, saídas excepcionais. É necessário chamar imediatamente o povo brasileiro a democraticamente eleger novas lideranças para o Executivo e o Legislativo, com novas ideias, desta vez discutidas com a sociedade, sem estelionato eleitoral, para tirar o país da crise. Só o voto legitima, disse um dia a presidente. É nisto que acredito. Vamos resolver pelo voto.

Vladimir Palmeira

Na sexta-feira, o enterro de gala do PT em plena avenida

Nada nem próximo da manifestação popular e espontânea que cobriu a avenida Paulista neste domingo (13) foi produzido até aqui pelo PT ou apoiadores da presidente Dilma Rousseff. Desde que o ex-presidente chamou a militância para apoiá-lo no dia 4, após depor na Polícia Federal, só ocorreram poucos atos isolados e esporádicos, dentro de “ambientes controlados”. Como na sede de sindicatos ligados à CUT ou bem na frente da casa do líder petista, em São Bernardo do Campo.

Em São Paulo, o que se viu neste domingo foram milhares de manifestantes chegando antes do horário para o evento, vindos a pé ou de metrô. Não havia sinais de “esquemas” oportunistas de transporte de pessoas.

A exceção foi a van tucana do governador de São Paulo que conduziu Geraldo Alckmin e Aécio Neves para a Paulista. Logo foram chamados exatamente de “oportunistas” e hostilizados por parte dos manifestantes.

Marta Suplicy (ex-PT e agora PMDB) também não escapou e teve de fugir do meio dos manifestantes. Mais prudentes, deputados de oposição do DEM se reuniram no hotel Maksoud Plaza, atrás da avenida, e depois circularam discretamente.


No próximo dia 18, PT, CUT e outras centrais, sindicatos e movimentos sociais ligados ao partido terão sua vez de demonstrar força. Assim como no último grande evento que fizeram, será em um dia da semana (desta vez véspera de um fim de semana).

A estratégia, como se viu em outubro, será interromper o dia de trabalho antecipadamente e levar boa parte dos manifestantes e materiais, como bandeiras e balões, em ônibus fretados pela CUT e sindicatos.

A logística será paga com o dinheiro que centrais e sindicatos recebem todos os anos via descontos compulsórios (feitos em março) dos trabalhadores CLT, sindicalizados ou não. São repasses que não exigem qualquer prestação de contas sobre seu destino ou uso.

Se ficarem restritas a isso, sem um genuíno apoio popular, as manifestações pró Lula, Dilma e PT serão só mais um exemplo da falta de transparência político-partidária com o dinheiro público.

Um enterro de gala em plena avenida.